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De repente já nos trinta

De repente já nos trinta

A polémica da alteração à lei da IVG

27.07.15, Girl About Town

A alteração da lei da IVG tem dado muito que falar.

Na sua grande maioria são criticas à alteração, muita gente a dizer que se trata de uma regressão no direito das mulheres.

Ora eu, andei a pensar muito nisto, quando a lei do aborto foi a referendo eu ainda não tinha idade para votar mas era a favor.

Não tinha assim grande opinião formada sobre a coisa, mas dizia sempre que era a favor.

Hoje, com 25 anos, tenho muitas dúvidas, sobre a minha posição.

Nem vou aqui discutir questões éticas, nomeadamente se o feto é ou não um ser humano e se estamos a matar um ser vivo, vou antes discutir aquilo sobre o qual tenho opinião formada.

Vivemos numa altura em que há bastante informação, sobre sexo, sobre proteção, sobre métodos contracetivos, sobre tudo, ou seja, falta de informação não pode ser usada como desculpa para gravidez indesejada.

Depois temos os mais diversos métodos para evitar uma gravidez, como preservativos, pilula, já para não falar de outros.

Ou seja, existem diversos métodos que nos permitem evitar uma gravidez, já para não falar numa DST.

E mais temos fácil acesso a estes meios e são gratuitos em centros de saúde, ou seja falta de dinheiro para comprar preservativos ou a pilula não pode ser usada como desculpa para engravidar.

Existem depois aquelas mulheres que por motivos profissionais ou pessoais não querem ter filhos.

Para estas mulheres existem métodos mais permanentes para evitar uma gravidez.

Ou seja na minha opinião existem vários métodos adequados a várias situações e que se usados com responsabilidade previnem quase a 100% uma gravidez, ou seja temos uma muito baixa probabilidade de engravidar.

Para mim tudo isto se resume a sermos mais responsáveis com a nossa sexualidade.

Claro que depois estes métodos por vezes podem falhar, e concordo que se for opção da mulher esta deve ter o direito de recorrer a IVG.

Depois temos casos de miúdas, mulheres que recorrem mais do que uma vez ao IVG ou porque se esqueceram de usar proteção, ou porque não querem ter filhos, ou tem medo dos pais.

O que fazer destas situações? Continuar a permitir que muitas mulheres façam da IVG um método contracetivo?

O Estado decidiu introduzir consultas obrigatórias para mulheres que decidam recorrer à IVG, isto resultou numa indignação por parte de grande parte dos portugueses.

Eu não fiquei nada indignada nem chocada e sinceramente até concordo com a medida.

Acho que há por ai muita gente a recorrer ao aborto sem saber bem ao que vai, as consequências, físicas e emocionais, as opções que tem.

Não concordo nada que seja uma humilhação para a mulher falar com especialistas sobre uma decisão que certamente não será fácil de se tomar, penso que numa altura dessas deve ser sempre bom ouvir alguém totalmente alheio a situação.

Não acho que a pessoa que irá dar a consulta estará lá com o objetivo de julgar, ou tentar demover a mulher.

Acho sim que o objetivo deve ser mostrar as várias opções que a mulher tem, fazer com que entenda as consequências dos seus atos, tentar informar o mais possível para que seja possível à mulher tomar uma decisão que ela tenha a certeza que é a decisão certa.

E depois dar o apoio necessário para que a mulher possa recuperar e seguir a sua vida sem nenhum tipo de trauma emocional.

Na minha opinião, estas consultas podem e devem também servir para informar e educar as mulheres no sentido de serem pro ativas no que diz respeito a se protegerem de doenças e de uma gravidez indesejada.

 

 

 

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