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De repente já nos trinta

De repente já nos trinta

Covid 19 e os receios de uma grávida

23.03.20, Girl About Town

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Numa altura em que não se fala em outra coisa, onde há imensa informação sobre a atual situação que vivemos eu queria evitar falar ao máximo sobre o assunto, pois já existe tanta informação por aí, tanta gente a falar sobre o mesmo que honestamente já cansa.

No entanto sinto que é uma fase tão difícil e tão fora do normal para nós, nunca passamos por nada parecido, sinto que temos todos tanto para dizer.

Hoje não vou falar sobre se o governo está a agir bem, se não esta, hoje vou falar sobre o medo.

Eu fui daquelas que quando isto começou na China, há uns meses atrás achei que não era nada, achei mesmo, ignorância minha.

Ignorância de todos nos que achamos que isto não era nada.

Não digo ignorância no mau sentido, nunca lidamos com nada parecido, ninguém tinha informação suficiente então é normal que não nos preocupássemos muito.

Agora já não é normal, agora sabemos que isto é grave, é muito grave.

Estou há dias em casa, já não estou a trabalhar, o meu homem continua a trabalhar e neste momento só tenho contacto (mínimo) com ele.

Não vejo a minha mãe há semanas, nunca ficamos tanto tempo sem nos ver, falamos pelo telefone, mas tão cedo não iremos estar juntas.

Preocupa-me o facto de ela já não ir para nova, já ter alguns problemas de saúde e o trabalho dela também acaba por a pôr mais em risco.

Em relação à gravidez fico ainda mais preocupada, as consultas que tinha foram todas canceladas, não consigo fazer as analises do 2º trimestre e não consegui até agora marcar a ecografia do 3º trimestre porque esta tudo a fechar. Isto preocupa-me imenso, esta tudo bem até agora, mas estar gravida e sem acompanhamento é meio assustador.

Estou em casa, mas o meu homem continua a sair para trabalhar, é ele que vai às compras então continua por aí muito exposto, por mais que tenhamos todo o cuidado ficamos sempre com receio de apanhar o vírus.

Eu sou jovem e saudável e estou fechada em casa, mas não sei que consequências isto poderá ter numa gravidez e no bebé.

Preocupa me também o facto de daqui a menos de três meses e meio ter um bebé, isto se ele não vier mais cedo (deus queira que não).

Ainda não tenho nada pronto. Tenho algumas roupinhas, grande parte delas, mas ainda me falta tanta coisa.

Achei sempre que ainda tinha tanto tempo, queria ter tudo pronto até ao final de Maio e realmente até lá ainda tinha tempo, ia comprar no início de Abril grande parte das coisas, berço, mobílias, carrinho, ovo e por aí.

Mas, entretanto, veio este vírus e deixou tudo em standby.

Bem sei que posso comprar as coisas on-line, mas não foi assim que eu imaginei comprar as coisas para o meu bebé.

Também nunca imaginei que o meu homem pudesse ser impedido de assistir ao parto do nosso bebé.

Pode vos parecer receios, preocupações fúteis e se calhar até são, mas neste momento, depois de mais de 12 dias sem sair de casa já começo a fazer de tudo um drama.

 

Baby on Board | Os medos e receios numa gravidez

17.03.20, Girl About Town

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Quando descobri que estava grávida fiquei num misto de alegria e medo.

Eu queria muito engravidar e durante o tempo em que andávamos a tentar o meu único receio era ter algum problema e não conseguir engravidar, mesmo tendo feito exames pré natais, tinha mesmo esse receio, pois conheço demasiadas mulheres que infelizmente não conseguem engravidar, muitas vezes sem nenhum problema.

Quando fiz o teste e vi que era positivo chorei de alegria mas muito rapidamente o estado de alegria passou e deu lugar ao medo. Medo que não corresse bem.

Infelizmente poucos meses antes de engravidar duas colegas minhas de trabalho tiveram ambas um aborto espontâneo, um às 8 semanas outra às 13.

Isto aliado ao facto de eu ler muitos fóruns de maternidade onde diariamente vemos más noticias deixou-me muito, muito ansiosa.

O primeiro receio que tive foi de ser uma gravidez ectópica, em que o embrião se implanta fora do útero o que torna a gravidez impossível de seguir em frente.

Depois tive medo que tivesse uma gravidez anembrionária, uma gravidez sem embrião, depois é o receio de ir à ecografia e o coração do bebé não bater.

Estes medos foram muito intensos e duraram semanas, apesar de terem se atenuado com o tempo, ainda hoje, com 23 semanas tenho receios.

Normalmente numa gravidez normal, sem riscos previamente estabelecidos, só se faz 3 ecografias, sendo que a primeira é por volta das 11 a 13 semanas.

Como eu não conseguia esperar tanto tempo lá fui eu a uma consulta na minha obstetra para ver se estava tudo bem.

Fui às 7 semanas e já vi um embrião minúsculo mas com o coraçãozinho a  bater bem forte.

Antes de entrar para fazer eco, só pensava que iria ouvir o pior, quando vi o embrião e ouvi o coração bater foi uma sensação maravilhosa e que fica connosco para sempre.

Nunca mais me vou esquecer do que senti, nem da cara do meu homem quando ouviu o coração bater, é surreal pensar que uma coisa tão pequenina já tinha um coraçãozinho a bater tão forte dentro de mim.

Claro que depois vimos para casa e os receios vêm connosco. Aquela sensação de que está tudo bem depressa passa e a ansiedade persiste.

Isto é muito complicado ao inicio pois estamos grávidas, vemos pela ecografia que realmente temos um feijão a crescer dentro de nós mas depois não parecemos grávidas, ainda não temos barriga, não nos sentimos mesmo grávidas 

Até agora, de todas as vezes que fui fazer uma ecografia fui sempre com medo de alguma má noticia.

Ainda hoje é assim.

Quando passa aquela fase em que o risco de aborto é maior, surge um novo medo, o medo de o bebé ter alguma má formação, algum problema que comprometa a sua saúde.

A gravidez é uma fase da vida em que a ansiedade é muita, eu admiro aquelas mulheres que passam por uma gravidez calmamente.

Eu lá acalmei um bocado nesta fase mas completamente sossegada acho que só quando o bebé feijão estiver cá fora.

E ai, quando nascer, abre-se um novo mundo de medos.

Acho que isto começa gravidez e fica para sempre.

Em busca de casa nova

02.03.20, Girl About Town

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Há um ano atrás estava eu a sair de casa pela primeira vez para ir morar com o meu homem.

Foi relativamente fácil arrendarmos casa na altura porque tínhamos um familiar que tinha uma casa para alugar.

E como tudo o que é fácil de mais trás problemas, agora ao fim de um ano surgiram os problemas.

A casa que aparentemente estava bem, do nada surgiu humidade, humidade por todo o lado.

Quando falo em humidade não falo apenas em janelas ressoadas, falo mesmo em humidade daquela séria sem grande solução.

Tenho várias paredes a descascar, tetos a ficar amarelos, até pretos em alguns sítios e numa casa de banho tenho inclusive água a escorrer pelas paredes quando chove.

Por mais que uma pessoa limpe, aquilo volta a aparecer e o cheiro permanece, sinto constantemente o cheiro a bafio dentro de casa e isto é horrível.

Para piorar o tal familiar que nos arrendou a casa não está muito disposto a arranjar, isto porque fica bastante caro, então vai só dar um jeitinho.

Ou seja fico na mesma com o problema nas mãos.

Como todos sabemos humidade faz muito mal à saúde, já a nós é perigoso imaginem com um bebé.

Sendo assim não nos resta grandes soluções do que voltar a procurar casa.

Só que agora tem se revelado muito, muito pior, andamos há vários meses a ver e nada.

Tudo o que encontramos depressa fica indisponível, ou exigem condições de arrendamento absurdas, ou então são negócios duvidosos.

Isto a mim tem me causado um stress que nem imaginam, principalmente porque queria que tivéssemos casa e mudanças feitas antes do bebé nascer. Nisto o tempo não joga a meu favor.

Daqui a quatro meses o bebe está cá fora e eu quase sem nada pronto.

Então tem sido uma fonte de stresse.

Eu tenho pensado que quando tiver que ser será e todas as casas que "perdemos" até agora é porque não tinha que ser e que quando menos contarmos lá vamos conseguir mas tenho medo que não consiga.

Até lá só me resta continuar a procurar.

 

 

 

Bem-vindo Março

01.03.20, Girl About Town

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Chegou Março, o mês da Primavera, o mês em que tudo começa a ficar florido.

Espero que este mês seja cheio de coisas boas, que muitas das coisas que tenho planeadas para este mês que se realizem.

E que a vida de todos nós seja muito mais colorida.