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De repente já nos trinta

De repente já nos trinta

Adotei duas panterinhas

03.06.19, Girl About Town

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Não sei se já tinha partilhado alguma vez convosco a minha paixão por gatos.

Sempre adorei gatinhos. Desde pequena, convivi com uma gatinha, quando eu nasci já ela lá andava por casa, era a gata dos meus avós.

Desde então sempre gostei de gatos, e passei toda uma vida a chatear a minha mãe para me deixar ter gatos. 

Lá tive uma gatinha há uns anos atrás, a Manchinhas mas infelizmente ela faleceu com três aninhos.

Desde ai que não pensei em ter mais gatinhos, pois sofri imenso com a morte da Manchas, só quem tem animais é que percebe a dor que é quando os perdemos.

Entretanto já se passaram mais de cinco anos e eu fui pensando que queria voltar a ter gatinhos, eu gosto imenso de animais e há tantos a precisar de um lar.

Comecei por ir visitar a Abra pois já sabia que queria adotar.

Entretanto vi vários animais, gatos, gatas, bebes, adultos e estavam todos reservados, fiquei em lista de espera e disseram me que quando tivessem algum me ligavam.

Entretanto num dia em que fui à cidade, deixei o carro num parque de estacionamento e ouvi uma gatinha a miar muito alto.

Andei a ver se a encontrava e como não dei com ela fui ao senhor responsável pelo parque de estacionamento perguntar se ele sabia onde ela estava.

O senhor disse me que eram dois gatinhos bebes que estavam presos num poço, caíram e há cerca de uma semana que estavam lá presos, estavam a ser alimentados mas estavam à espera que alguém os fosse resgatar.

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Ele garantiu me que estava a caminho uma associação que iria resgata-los.

Acabei por ficar lá à espera da associação que lá com os meios deles conseguiram retira-los daquele poço.

Eram dois gatinhos, uma fêmea e um macho, irmãos que se separaram da mãe e acabaram por cair no tal poço.

Mal os vi serem resgatados fui lá ter com a menina da associação para saber para onde é que eles seguiriam.

Disponibilizei me logo para adotar.

Claro que até então tinha pensado em adotar só um. Quando a menina da associação me colocou a questão de qual queria adotar não consegui não adotar os dois.

Não consegui escolher, não queria separa-los, nem consegui escolher entre um e outro então decidi adotar os dois.

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Eles ficaram uma semana com a associação ate formalizarmos todo o processo e depois lá fui busca-los.

Estão comigo há três meses e posso vos dizer que não foram meses fáceis.

Eram gatos muito assustados, qualquer movimento, barulho os deixava em pânico. Bufavam imenso quando alguém se aproximava muito deles e durante quase uma semana esconderam-se  atrás do bidé da casa de banho e nem sequer os vi.

Apesar de difícil sempre achei que íamos conseguir conquista-los.

Aos pouquinhos e bem devagar eles lá foram saindo do seu esconderijo e deixando que nos aproximássemos deles.

Aproveitávamos os momentos em que lhes íamos dar de comer para fazer muitas festinhas e para ver se eles se habituavam a nós.

Eles lá foram saindo do sitio deles e ao fim de umas boas semanas lá começaram a ir ter connosco.

Hoje, três meses depois já tomaram as vacinas, já foram ambos esterilizados e já estão bem menos assustados.

Ainda fogem das pessoas, só estão mesmo habituados connosco e com a irmã do meu homem, mas já estão super confiantes pela casa, já vem ter connosco, já estão completamente diferentes.

Durante estes meses de adaptação chegamos a pensar que não íamos conseguir, que eles nunca iam nos deixar aproximar, mas aos pouquinhos temos conseguido vários progressos.

E esta é uma mensagem que quero transmitir para quem quer adotar um animal, principalmente um gato, que é um animal com uma personalidade tão peculiar.

Se adotarem ou pensarem adotar um gato pensem muito bem no assunto, muitas associações tem para adoção gatos de rua, ou de ninhadas que nasceram na rua e é bem diferente adotar um gatinho nascido na rua e que não conviveu com pessoas, como é o caso dos meus, do que adotar um gato de uma ninhada de casa.

Os gatinhos de rua sentem o abandono, de cada vez que os levo ao veterinário, ou como desta ultima vez que os deixei lá o dia todo para a castração, percebia bem nos olhos deles a aflição por serem ali deixados com desconhecidos, quando já estavam habituados ao seu lar.

Parece que acreditavam que iam ser ali deixados.

A adaptação é muito difícil, é preciso muita paciência e confiança de que vamos conseguir.

Adotar um animal é uma coisa séria e que tem que ser feita com responsabilidade.

Quero com isto dizer que a adoção é uma coisa boa, existem imensos animas nas associações e nos canis deste pais, procurem adotar antes de comprar um animal.  

E não procurem só pelo animal da moda, procurem pelo animal que precisa de vocês e que vocês sintam que o podem fazer feliz.

Se optarem pela adoção façam-no de forma responsável e consciente.

Agora  digam-me, não são lindas as minhas panterinhas?