Campanha: Quem te ama não te agride
Quando vi esta campanha e a reportagem que passou no jornal sobre a violência no namoro, fiquei sem saber muito bem o que dizer, não foi bem sem saber, foi um bloqueio que me deu em função do que estava a ver e a ouvir.
Vivemos num pais onde não se consegue passar um mês, por vezes bem menos, sem ouvir que mais uma mulher morreu as mãos de um homem, o que é de uma gravidade inexplicável.
E agora vemos que isto afinal começa bem mais cedo, não são só casais entre os 30 - 55 anos, são também jovens.
Vemos jovens casais, muitos ainda adolescentes, com comportamentos violentos para com os seus parceiros.
E comportamentos que este consideram normais, mas que na realidade acabam por ser de extrema violência.
Muitas pessoas consideram normal um namorado(a) ver o telemóvel, o facebook, o computador um do outro.
Eu não considero isto normal, nem tão pouco é, são coisas pessoais nossas, temos direito a nossa privacidade e tirarem nos isso é uma violência, eu não aceitava que fizessem isso comigo.
Namoro a mais de três anos e nunca me passou pela cabeça ir ver o telemóvel do meu namorado, ou facebook e já tive muitas oportunidades, mas acho uma atitude desprezível.
Depois existe a questão dos maus tratos físicos e verbais, também não é normal que um namorado(a) chame nomes ao outro, como gorda, feia, dar umas palmadinhas, humilhar, proibir de ver os amigos, controlar a roupa que o outro veste, ameaçar acabar a relação em troca sei lá do que. Muitas vezes forçam a relação sexual, tudo isto é violência e realmente é preciso alertar as pessoas que sofrem deste tipo de violência, para que elas criem força e consigam sair destes relacionamentos.
Este tipo de violência, ou melhor, todo o tipo de violência, deixa marcas nas suas vítimas, marcas que ficam por muitos anos e nunca desaparecem realmente.
Por isso considero estas campanhas de máxima importância, é preciso alertar os jovens para saírem destes relacionamentos e denunciarem os seus parceiros, para que estes possam ser responsabilizados.
Ainda assim acho que temos um longo caminho a percorrer, não é aceitável uma mulher morrer as mãos de um homem, muitas vezes depois de terem sido apresentadas várias queixas.
É preciso fazer mais para evitar estas tragédias.